Buenos Aires, atualmente, é um destino ótimo e até bem procurado por nômades digitais. Tem um custo mais baixo quando comparado a outras capitais do Mercosul, boa conexão de internet – incluindo telefonia móvel, alguns espaços de coworking em crescimento e várias facilidades do dia-a-dia.
Nossa Primeira Morada Nômade foi confortável e muito tranquila para se viver, mas também encontramos algumas dificuldades, que contamos a seguir.
Diário Nômade de Buenos Aires
Onde morar
Vários bairros de Buenos Aires são bastante completos em serviços para nômades digitais, mas há alguns que consideramos melhores, pois além de abrigar vasto comércio, também ficam próximos de pontos de interesse turístico e cultural.
O bairro de Palermo é um dos melhores, com maior oferta de apartamentos completos. Fica muito bem localizado pensando em deslocamentos e também é um dos mais seguros da cidade. Em Palermo, nas redondezas da Avenida Santa Fé, encontram-se muitos mercados, padarias, restaurantes, farmácias, lavanderias, conveniências, entre outros. Recoleta e Colegiales, próximos a Palermo, são igualmente bem estruturado, mas com custo um pouco maior pelo mesmo tipo de apartamento, assim como Puerto Madero, que tem belos e agradáveis aps a beira-rio, mas com preços bem salgados. Já a região central é bem turística e tem, em geral, apartamentos mais antigos, mas não menos equipados.
O boêmio bairro de San Telmo também possui algumas opções de moradia, seguido do Boca, mas a segurança nestes locais, principalmente a noite, é mais comprometida.
Em Buenos Aires, pelo Airbnb, a partir de R$ 1.500,00 já se encontram boas opções de apartamentos inteiros bem equipados. Há também opções mais baratas de Quartos Inteiros, isto é, você terá um quarto só seu, mas dividirá cozinha, banheiro e demais dependências com os donos do apartamento. Se você ainda tem dúvidas sobre como utilizar o Airbnb, leia nosso outro post.
Nós optamos por um apartamento em Palermo, bem próximo a Embaixada dos Estados Unidos e ao Parque de Palermo. Foi uma escolha perfeita para nosso perfil.
Conectar-se
Telefonia Móvel
Em Buenos Aires você, mesmo como turista, pode comprar um cartão pré-pago SIM com internet em qualquer loja de empresas telefônicas, basta apresentar o passaporte ou identidade. A Movistar é a mais conhecida e também considerada a melhor em termos de telefonia, seguida pela Claro – ótima em dados e pela Personal.
Compramos um chip da Claro e um da Personal, para testar, pois já conhecíamos a Movistar. Ambas as operadoras foram satisfatórias em termos de conexão de internet e telefone, sem problemas. O chip da Claro custou 1 dólar e a recarga que fizemos (e durou o mês inteiro) foi de 10 dólares. O chip da Personal foi mais caro, 5 dólares, e a recarga foi de 10 dólares, mas em alguns pontos o sinal sumiu e não recomendo esta última. Prefiram Movistar e Claro.
Um detalhe importante e muito chato em Buenos Aires com a telefonia móvel: a loja que vende aparelhos de celular não vende chip e a loja que vende o chip não faz a recarga e vice-versa. Não sabendo disso, ficamos em uma fila enorme para comprar um chip em uma loja de aparelhos. Sem sucesso. Então, andamos para achar uma loja de chip e depois tivemos que ir a um destes quiosques, presentes por todo lugar, para recarga. Apenas um detalhe, mas já é bom ir sabendo e evitar perda de tempo.
Wi-Fi
Agora o wi-fi: na escolha do apartamento é fundamental que haja internet (wi-fi) e de boa qualidade. Antes de reservarmos o local escolhido, entramos em contato com o anfitrião e lhe perguntamos sobre a velocidade e estabilidade. O ap de Buenos Aires estava ok, com velocidade boa (5 Mb de download e 1,5 Mb de upload) e poucas oscilações durante o dia, sem problemas para trabalhar.
Ouvia muito falar dos wi-fis nos cafés. Há alguns com boa velocidade, onde se pode trabalhar normalmente. Mas, nos locais onde fomos o sinal era ruim e mal conseguíamos responder e-mails. Então, para segurança, se você precisa muito ficar conectado como nós, não dependa dos wi-fis dos cafés, nem dos públicos – Buenos Aires dispõe de uma rede pública de wi-fi o BA Wifi, mas o sinal estava terrível.
Trabalhando
Coworking
Nós sempre preferimos trabalhar em casa, então, não saímos a procura de coworking. Mas, estes espaços são crescentes em Buenos Aires e existem várias boas opções, como o Urban Station (na foto), presente em vários bairros de Buenos Aires e também em outros países; La Maquinita; Cerrito Rent An Office; e Áreatres.
Em geral, eles ofertam planos mensais, que custam cerca de 200 dólares e dá direito ao uso completo do local. Não nos informamos sobre preços semanais ou diários. Quer saber mais sobre como funciona um coworking? Leia aqui.
O mapa abaixo, retirado do site coworkingmap.org mostra onde estão localizados os espaços de coworking na parte mais central da cidade.
Vimos algumas pessoas trabalhando nos cafés espalhados pela cidade. Mas, como disse acima, se você precisa de uma boa internet, rápida e constante, melhor não contar com isto ou procurar bem.
No apartamento
Sempre que procuramos nossa morada, verificamos se há um local confortável para trabalho, com mesa espaçosa e cadeiras que pareçam mais confortáveis. Que foi o caso do ap que ficamos. Ótimo, sem reclamações.
Deslocamentos
Todo turista que vai a Buenos Aires ouve: pegue táxi, lá é barato. Ok para o táxi quando se trata de um deslocamento de chegada e outro de saída do aeroporto (plano ida e volta com o Táxi Ezeiza saiu por ARS 400 – 40 dólares). Entretanto, para o dia-a-dia fica caro e tão inviável quanto em outra grande capital.
Um parênteses para os aeroportos: são dois em Buenos Aires: Ezeiza – mais longe, e o Aeroparque, bem próximo a Palermo. Se estiver sozinho, de Ezeiza vale a pena pegar o ônibus que faz o translado para as regiões mais centrais. Já se estiver no Aeroparque vá de táxi, mais cômodo para quem chega e não sai caro para os bairros mais turísticos.
Voltando aos deslocamentos diários…
Buenos Aires é muito bem servida de transporte público, que pode não ser o mais moderno e inovador (e não é!), mas é muito barato, pois é subsidiado pelo governo. De metrô e ônibus você vai a todos os pontos da cidade, incluindo os mais longes. A tarifa de metrô é aproximadamente 0,45 dólar (ARG 4,50) e de ônibus 0,32 dólar (ARG 3,25), isto é, você circula muito e paga pouco.
Para o transporte, a cidade é dividida em zonas e você paga de acordo com o trajeto realizado. Então, no ônibus, quando subir é preciso falar para o motorista em qual ponto você irá descer (bajar), mesmo que fale próximo a tal lugar. Assim, ele irá cobrar o relativo ao trecho. Muito justo! No metrô você passará o cartão na entrada que debita o valor total da passagem.
Para usufruir do transporte público é necessário comprar uma tarjeta SUBE – um cartão, em qualquer quiosque de conveniência. Você o recarrega, o quanto quiser, em uma estação de metrô ou trem, e o utiliza à vontade por toda cidade (no metrô, ônibus e trens intermunicipais). A tarjeta SUBE custa 2,5 dólares (ARS 25).
Atividades diárias
Na cozinha
Sempre cozinhamos em casa, pois é muito mais barato que restaurantes em Buenos Aires. Os locais mais baratos cobram, em média, 8 dólares (ARG 80,00) por refeição de carne + salada + fritas, sem bebida inclusa. Há vários locais que oferecem “combos” de medialuna + café, pizza + refri, ou outro lanche + bebida em valores bem em conta 2,5 dólares (cerca de ARG 25,00). O tão famoso café nós achamos caríssimo: 2 dólares em média (ARG 20), mas vale a pena em uma pausa de vez em quando.
Então, para economizar, cozinhamos em casa. Para todos os locais que morarmos, vamos colocar o valor gasto mensal no mercado. Em Buenos Aires, gastamos ARS 1000,00 (500 dólares) no mês de mercado, incluindo itens para as três refeições, além de algumas regalias, como o vinho (extremamente barato) argentino.
Para comparação de alguns produtos básicos:
– Leite (Longa Vida 1l): 1.3 dólar
– Presunto Cozido (225 g): 6.5 dólares
– Carne boi (corte alcatra 1 kg): 11.00 dólares
– Vinho Tinto (várias marcas 750ml): 2.0 dólares
– Cerveja (Quilmes 355ml): 1,5 dólar
Em Buenos Aires, achamos os embutidos, como presunto, muito caros. Já o vinho e a batata são super baratos.
Buenos Aires tem poucos supermercados gigantescos onde você passa horas circulando pelos corredores (íamos no Jumbo que ficava em um mini-shopping perto de casa). Mas, tem vários mercadinhos de bairro com tudo que precisa para o dia-a-dia e preços bem acessíveis.
Água
A água da torneira tem boa qualidade em Buenos Aires, por isso, não a comprávamos. Mesmo as águas minerais da cidade tem um “sabor levemente salgado”, diferente das águas de fontes minerais no Brasil. É preciso se acostumar, inclusive para tomar banho, que deixa os cabelos um pouco “diferente” do normal.
Lavanderia
Nosso apartamento não tinha máquina, nem tanque para lavar roupa, mas improvisamos lavar as roupas na pia da cozinha que era imensa. Para quem prefere, há lavanderias no estilo self service, que cobram em média, 4 dólares para utilizar a máquina de 11 kg de roupa, incluindo sabão em pó e amaciante e mais 2 dólares para deixar e pegar outro dia.
Melhor época
Para ir a Buenos Aires não tem época ruim. A cidade é intensa em todas as estações do ano. No verão, a cidade é linda, com parques floridos e programação diferenciada para os moradores, como as cadeiras dispostas nas áreas verdes para tomar um sol, fazer um piquenique e passar um dia agradável pegando um bronze. Mas, é no inverno que os turistas invadem a cidade e o aspecto cultural se intensifica. Aí vale você escolher quando virá pra capital da bela Argentina.
Quer saber o que tem em Buenos Aires para fazer? Confira nosso post “turístico” de lá.
Quer saber mais sobre custos de vida e dicas da cidade? Aguarde que logo lançaremos nosso e-book! Entre em contato para saber antes quando ele estará disponível!