Hiking pela Malerweg Trail em Kurort Rathen na Alemanha

Uma trilha que é verdadeiramente uma pintura entre belezas naturais e históricas na divisa com a República Tcheca!

  • Nome Oficial: Malerweg Trail
  • Extensão: 11 km
  • Duração: 8 dias
  • Desnível: 00
  • Dificuldade: 03

Estávamos morando em Praga e conhecendo seus arredores. Já tínhamos ido no Parque Nacional da Boêmia Suíça (o Národní park České Švýcarsko, em tcheco), já falamos dele e suas trilhas nesse outro post. Do outro lado da fronteira, na Alemanha, essa área natural continua, mas muda de nome, se tornando o Parque Nacional da Suíça Saxônica (Nationalpark Sächsische Schweiz, em alemão). As trilhas passam de um lado para o outro, complementando cenários incríveis!

Uma das trilhas principais da região é a Malerweg Trail, que traduzindo é o “Caminho do Pintor”. Ela possui 112 km, que podem ser percorridos em trechos de 17 km por 7 ou 8 dias – em média. Seu trajeto leva a pontos históricos, mirantes incríveis e formações rochosas diferentes, tudo atravessando florestas que parecem ter saído de contos de fadas.

Um pouco de História…

O nome Caminho do Pintor é devido aos artistas Johann Carl August Richter, Johann Alexander Thiele e Caspar David Friedrich, do período romântico no século 18, que encontraram a estética perfeita para seu trabalho nessa região. As cores vivas, os rochedos, o rio e as paisagens deslumbrantes eram tema dos seus quadros, bem como serviam de inspiração para outras artes. Então, caminhando pela Malerweg é possível ver muitas das áreas utilizadas nas pinturas famosas deste período.

Decidimos fazer o trecho que passava pelo cartão-postal da região: a Bastei Bridge (Ponte Bastei).

Chegamos de trem até Kurort Rathen, uma bela cidadezinha de águas termais às margens do Rio Elba. A primeira etapa era atravessar o rio de balsa, que vai e volta rapidinho, cobrando € 1,00 o trecho ou € 1,80 ida e volta.

O cenário já iniciou encantador e também motivador, pois são várias trilhas demarcadas na região: algumas mais longas, outras circulares, e ainda opções de mais curtas com pouco desnível, proporcionando que todos os praticantes de hiking, independente do seu nível, desfrutem do parque.

Resolvemos caminhar pela TK8, que é circular e não muito longa, pois chegamos em Kurort Rathen já passavam das 11 horas e era finalzinho de inverno com o dia ainda mais curto.

A TK8 possui 6 km com desnível de cerca de 300 metros, bem tranquila e de nível fácil para percorrer, apesar dos seus cerca de 500 degraus (literalmente!)! Saindo da cidade já entramos no parque “oficialmente” e a subida inicia.

Menos de 1 km depois do início da trilha, já alcançamos o primeiro mirante, que proporciona uma vista linda do Rio Elba, de Kurort Rathen e também de Stadt Wehlen ao longe.

Os paredões de pedra são desafiados por escaladores (tente encontrar os pontinhos coloridos – os escaladores – no primeiro rochedo da direita para esquerda na foto abaixo), mas não é preciso fazer tanto esforço para apreciar todo o belo cenário.

Voltando para a trilha, passamos por rochedos, continuamos subindo várias escadas, até que nos deparamos com um aglomerado de pessoas. Sim! Chegamos na Ponte Bastei! Mas, só é possível dar-se conta disso quando se está em cima dela!

A ponte foi originalmente construída em 1824, conectando uma série de formações rochosas sob o rio Elba. Tem a altura de 194 metros e forma um cenário belíssimo. Há vários mirantes para apreciá-la.

Próximo a ponte há um restaurante e um hotel bem suntuoso, além de lojas de souvenir. Descobrimos que a ponte é facilmente acessada de carro, chegando-se até o estacionamento próximo do hotel e mais uns 300 metros voilá! se está na ponte! Então, se não quiser andar tanto, já tem uma opção!

Seguindo a trilha, entramos na floresta, onde rochedos e musgos se misturam, há muita umidade, e o piso se torna bastante escorregadio.

A próxima parada, depois de 2 km, foi a Amselfall, uma bela cachoeira, mas que fica “escondida” entre algumas construções que servem de restaurante e centro de informações do parque no verão.

 

Subindo as escadarias ao seu lado, há outro trajeto de 1,5 km até Rathewalde, um charme de cidadezinha. Outra opção é pegar o caminho que segue até Hohnstein (foto abaixo), onde há um forte e um belo castelo à beira do penhasco.

Retornando à Kurort Rathen, passamos pelo Amselsee, um lago represado, mas estavam fazendo uma obra em seu entorno, então o cenário ficou desolador. E, mais 1 km já estávamos de volta a cidade.

A Malerweg continua… adoraríamos percorrê-la por completo, porém precisaríamos nos ausentar por, no mínimo, 5 dias completos sem internet (ou com acesso muito restrito), o que nosso trabalho não permite. Quer saber o que fazemos e conhecer mais sobre nosso estilo de vida nômade digital? Confere nosso blog!

O trem é a melhor forma de chegar em Kurort Rathen ou qualquer outra cidade que margeia a Malerweg Trail.

Saindo de Praga, compramos uma opção de bilhete mais barata, e portanto, com mais paradas. Fizemos o trecho Praga-Decin; Decin-Bad Schandau; Bad Schandar-Kurort Rathen. Há uma opção mais cara que segue direto Praga-Bad Schandau e de lá pega o trem regional até Kurort Rathen.

A partir de Dresden, na Alemanha, há um trem regional que chega direto a Kurort Rathen.


Informações Úteis

  • Veja mais informações e mapa da Malerweg Trail clicando aqui.
  • Todas as cidades por onde a Malerweg passa possuem boa estrutura de hotéis e restaurantes. Entretanto, entre as cidades não há nada, então é bom levar água e um lanchinho de emergência.
  • Para quem percorre a Malerweg inteira, os hotéis da região oferecem um serviço de levar a bagagem até o próximo destino. Isso é muito cômodo, pois você não precisa carregar sua cargueira de 10/15 kg, só uma mochilinha do dia. Não sabemos quanto o serviço custa. Tem mais informações nesse link.

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