Hiking pela Rota Europeia da Herança Industrial - Zaanse Schans

Moinhos de vento, canais, tulipas, tamancos, queijos, casinhas de madeira: o cenário típico da Holanda nessa trilha linda!

  • Nome Oficial: European Route Of Industrial Heritage: Zaanse Schans
  • Extensão: 7 km
  • Duração: 2 horas
  • Desnível: 00 metros
  • Dificuldade: 01 (muito fácil)

Moinhos com suas pás girando pelo vento, singelas casas de madeira com fachadas verdes e azuis, pontes sobre canais, tulipas e muita água onde quer que você olhe. Assim é a paisagem de Zaanse Schans, que poderia ter saído de um quadro holandês dos séculos 17. O tempo por aqui parece ter parado e preservado um cenário que não vemos mais nas modernas e grandes cidades da Holanda.

Era domingo bem cedo quando chegamos à Amsterdã e resolvemos ir direto para Zaanse Schans. Da estação Amsterdam Sloterdijk, onde parou nosso ônibus, pegamos um trem direto para a vilazinha. O preço compensou comprar ida e volta e ainda com o retorno chegando na Centraal Station. Às 7:35min desembarcamos em Zaanse Schans e tudo ainda parecia estar despertando, bem devagar. O Sol nascendo e quase nenhum movimento na rua. Foram cerca de 30 minutos incríveis para conhecer a vila vazia, onde o único som que cortava o silêncio eram das pás dos moinhos ao vento.

Hiking por Zaanse Schans

Zaanse Schans faz parte da European Route Industrial Heritage, que visa preservar a história da indústria europeia com edifícios, equipamentos, maquinários, utensílios e modos de produção. E, nada mais histórico dos Países Baixos que a produção de manufaturados via energia eólica.

Um pouco de História…

Durante séculos a turfa foi a única fonte de riquezas naturais em Zaanstreek, a cidade pantanosa às margens do rio Zaan. Já Amsterdã, sua vizinha, estava se expandindo rapidamente para ser no futuro uma das grandes cidades do mundo. Com isso, a demanda por bens subira para um nível altíssimo e Amsterdã já não conseguia suprir sozinha. Sem mais espaço para produção, Zaanstreek ganhou atenção por ser próxima e com fácil trânsito comercial. E, claro, além da paisagem bucólica e plana, havia algo ainda mais precioso por ali: vento!

Em 1594, Cornelis Corneliszoon von Uitgeest revolucionou a construção de moinhos de vento, equipando-os com um virabrequim, que melhorou muito seu desempenho, tornando cada moinho uma pequena fábrica. Com essa melhoria e a possibilidade de investimentos, mais de mil moinhos de vento foram construídos em Zaanstreek e arredores durante os séculos 16, 17 e 18. Eles eram usados para serrar madeira, triturar milho, prensar grãos ​​e nozes para produção de óleo, moer farinha, enfim, para produzir alimentos e matérias-primas.

Com a movimentação industrial, vários tipos de artesãos se mudaram para a área, incluindo fundadores de estanho, construtores de barcos, fabricantes de vela, entre outros.

Na época, Zaanstreek era a cidade inovadora e polo industrial. Mas, em 1777 surgiu a máquina a vapor e a região iniciou o seu declínio… Hoje, Zaanstreek, que abriga também a vila de Zaanse Schans, é uma das mais antigas áreas de produção na Europa.

Dos incontáveis ​​moinhos que uma vez emolduravam a paisagem no século 18, apenas 12 sobrevivem completos, sendo que 10 deles estão em Zaanse Schans, estrategicamente posionados. Todos foram restaurados e continuam funcionando, mas apenas como forma de apresentar aos visitantes como era a produção antigamente.

Esse cenário holandês tão perfeito é, na verdade, um rearranjo dos moinhos e casas que existiam pelas vizinhanças de Zaanstreek. A vila em si é criada artificialmente para ser um museu, onde os moinhos e as casas foram trazidos de outros locais. Isto ocorreu de 1961 a 1974, pois as edificações em seus locais originais estavam sob ameaça de demolição. Mas, tudo bem! A reorganização ficou linda!

Caminhamos por toda a rota a beira rio, vazia, e ao retornarmos vimos que a cidade estava lotada de turistas! Ou seja: se quiser ir bem tranquilo em um domingo, madrugue!

Zaanse Schans mantém vivas as memórias da época do auge industrial da região, como um museu ao ar livre e uma vila típica para turistas conhecerem os costumes e tradições.

Os moinhos funcionam e alguns deles estão abertos à visitação (3 ou 4 euros a entrada). Pela trilha de Zaanse Schans saindo da estação de trem encontramos, em ordem, os seguintes moinhos:

1. De Bleeke Dood (Morte Pálida): fica antes da ponte para chegar à área turística. Era um moinho usado para triturar milho e é o mais antigo moinho de madeira da Holanda, construído em 1656.

2. Huisman (O Mordomo): provavelmente de 1786, esse moinho era utilizado para produção de mostarda, que é bastante tradicional e ainda hoje há a uma mostarda com a marca Zaanse Schans. Hoje o moinho é um mercado de especiarias.

3. De Gekroonde Poelenburg (O Poelenburg Coroado): era uma serraria, citado em documentos históricos desde 1733.

4. De Kat (o Gato): datado de 1781, esse moinho era utilizado para produção de tintas, por isso também é chamado de Moinho da Pintura.

5. De Zoeker (“O Apanhador”): era um moinho usado para produção de óleo, construído em 1676.

6. Het Jonge Schaap (Ovelha Jovem): outra serraria do século 17 e a que está aberta a visitação, mostrando toda a produção de madeira.

7. De Os (Boi): construído em 1663 é um dos mais antigos moinhos. Até 1916 ainda funcionava com energia eólica para produção de óleo, mas teve suas pás destruídas. Hoje é um armazém.

8. Het Klaverblad (Folha de Trevo): pequeno moinho que era uma serraria.

9. De Bonte Hen (Manchado): construído em 1693, era utilizado para produção de óleo.

10. Het Pink (Rosa): foi construído em 1751 e processava óleo de linhaça. Até hoje ele funciona e a produção é vendida na região. Há também aulas de moagem e sobre a produção eólica. Ele não está localizado junto aos demais. Ele fica na rua Pinkstraat 12, parte não turística da cidade, mas por onde passa a Rota Europeia da Herança Industrial. Vale a pena seguir até ele e ver também a zona residencial linda de Zaanse Schans.

Além dos moinhos, as casinhas típicas abrigam museus, são elas:

  1. Casa dos Tecelões;
  2. Tanoaria;
  3. Casa de Jisper;
  4. Museu do Tempo de Zaan;
  5. Museu de Albert Heijn (um supermercado enorme da Holanda);
  6. Museu da Padaria;
  7. Zaans Museum: o maior e que abriga toda a história da região.

Após conhecer os moinhos e museus, tiramos um tempinho para circular pela vila e ver todos os detalhes, que são muitos e encantadores!

Depois de tanta história e cenários pitorescos, hora de pegar o trem de volta para Amsterdã, onde nossa caminhada continua!

Como chegar em Zaanse Schans

De Trem

Há vários horários de trem que saem de Amsterdã para Zaanse Schans, tanto da estação Amsterdam Sloterdijk, de onde saimos, quanto da Centraal Station – a principal e mais central – para onde retornamos. A passagem ida e volta ficou 10 euros por pessoa. Você pode conferir os horários e comprar os bilhetes nesse site.

De Ônibus

O ônibus 391 da empresa Conexxion é que faz o trajeto até Zaanse Schans a partir da Centraal Station. Pelo que buscamos, o preço da passagem é de 5 euros, comprada com o motorista.

De Carro

Bem tranquilo, com estrada ótima, o trajeto de 17 km é feito rapidamente em 20 minutos via A8.


Informações úteis

  • Para entrar nos moinhos é cobrada uma taxa de visitação de 3 ou 4 euros, dependendo do local.
  • Zaanse Schans possui restaurantes e cafés charmosos, bem como degustação na fábrica de queijo.
  • Há um passeio de barco pelo rio Zaan que mostra a cidade e os moinhos de outros ângulos. O passeio sai de abril a outubro, das 12 às 15:30min, de terça a domingo. No verão, julho e agosto, há também nas segundas-feiras e o horário amplia para das 11h às 16h. O valor é de 6 euros.
  • Há também a opção de alugar bikes para fazer aquele tour na região – veja aqui o mapa das ciclovias. A loja de aluguel abre das 9h às 17:30min e a bike custa a partir de 5 euros. Veja aqui.

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